Em Portugal a emissão de gases com efeito de estufa, (dióxido de carbono, metano e óxidos de azoto), tem vindo a aumentar. Os transportes cresceram 100% e a energia 60%, sendo estas áreas as principais responsáveis pelo aumento das emissões de dióxido de carbono (CO2).
Em Portugal os poluentes que mais contribuem para a degradação da qualidade do ar são o ozono troposférico e as partículas. Estes são os mais preocupantes em termos de Saúde Pública já que estimam-se em mais de 600.000 o número de asmáticos em Portugal.
A estratégia Europeia para o Desenvolvimento Sustentável, tem como objectivo limitar o aumento da temperatura média da superfície terrestre a 2ºC.
Prevê-se uma diminuição do escoamento dos rios na Primavera, Verão e Outono até 2050, 10% a Norte do Douro e 50% na região do Algarve, podendo em 2100 na região do Algarve alcançar os 80% de redução. Este fenómeno potenciará os fenómenos de poluição das linhas de água em virtude da sua capacidade de auto depuração ser menor, associado a uma menor concentração do oxigénio dissolvido, prevendo-se o aumento dos fenómenos de eutrofização, podendo contribuir para uma deterioração da qualidade da água.
É expectável um aumento das temperaturas ao nível do subsolo, correspondendo a um aumento dos níveis de sais na água devido ao aumento das taxas de evapotranspiração, prevendo-se também o aumento da intrusão salina nos aquíferos costeiros devido à subida do nível médio do mar e à sobre exploração do recurso, devido ao aumento da pressão sobre os recursos hídricos.
Em termos de vectores existem previsões para a região do vale do Sado. Observa-se a presença disseminada de Anopheles atroparvus, vector das espécies europeias de plasmódios.
Os cenários das alterações climáticas indicam ser provável que o clima da área se torne mais favorável à sobrevivência do anófeles e ao desenvolvimento dos plasmódios e assim estar favorecida potencialmente a transmissão da doença. Contudo, se não estiverem presentes vectores infectados o risco potencial de contrair malária deverá manter-se baixo. Mesmo com a introdução de uma população de mosquitos infectados não será de prever um risco elevado, uma vez que os seres humanos infectados seriam tratados, o que diminuiria a prevalência de parasitas, para além de que esta espécie de mosquitos tem uma baixa atracção pelos seres humanos, preferindo alimentar-se de animais.
Também existem condições no futuro para a ocorrência da Febre do Nilo Ocidental, cujo agente responsável é um flavivírus, podendo este ser transmitido pelo Anopheles atroparvus. No entanto não existem relatos recentes de vectores infectados e transmissão local aos seres humanos concluindo-se que o risco, actualmente, é pequeno.
Face ao exposto é previsível que as alterações climáticas potenciem os seguintes aspectos:
- Aumento das doenças e mortalidade associada às Ondas de Calor;
- Aumento da prevalência das Doenças respiratórias e cardiovasculares associadas aos fenómenos de poluição atmosférica;
- Aumento do número de mortes, acidentados e perturbações metais associadas às inundações, tempestades, secas e fogos florestais;
- Aumento de Doenças vinculadas pela água e os alimentos;
- Alteração da incidência de doenças transmitidas por vectores:
Fonte: A Protecção da Saúde dos Efeitos das Alterações Climáticas, Paulo Diegues, Claudia Weigert, Vítor Martins, Direcção Geral da Saúde (http://www.dgs.pt/)
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