sexta-feira, 4 de abril de 2008

Sabia que tomando medidas contra as alterações climáticas está a proteger a saúde?

As alterações climáticas estão a colocar em risco a saúde e sobrevivência do Planeta. É necessário agir para proteger a Saúde das alterações climáticas!

Porque nos devemos interessar?
  1. Onde quer que vivamos, as alterações climáticas ameaçam a nossa saúde. Quer se viva numa grande cidade, numa vila ou aldeia, as alterações climáticas ameaçam a nossa saúde e o nosso bem-estar. O aquecimento global, induzido pelas alterações climáticas, altera drasticamente alguns dos requisitos básicos necessários à vida: água, ar e alimentos.
    As alterações climáticas já estão a provocar danos na saúde. Acidentes e doenças relacionadas com o clima provocam mais de 150 000 mortes e 5,5 milhões de anos de vida perdidos por ano. Acidentes relacionados com as alterações climáticas provocam mais de 60 000 mortes todos os anos, principalmente em países em desenvolvimento. Até na Europa, o Verão extremamente quente de 2003, relacionado com as alterações climáticas, provocou mais de 70 000 mortos.
  2. Prevê-se que a situação se torne muito pior! Se o aquecimento global não for travado, a subida da temperatura do Planeta, a subida dos níveis dos oceanos e as condições climatéricas extremas (ondas de calor, tempestades, inundações, secas, ciclones, etc.) pode levar a falta de alimentos, água e combustíveis, destruição de habitações e condições de vida, migrações em massa, morte e sofrimento. Doenças influenciadas pelo clima, como a malária, subnutrição e diarreia – responsáveis, já hoje, por muitos milhares de mortes por ano – irão ser, provavelmente, mais frequentes e mais graves.
  3. Os riscos não são igualmente distribuídos. A maioria dos gases responsáveis pelo efeito de estufa, são libertados pelos países industrializadas mais ricos, mas, injustamente, prevêem-se que os riscos para a saúde atinjam os países (e grupos sociais nesses países) que menos contribuíram para o problema e onde a má-nutrição já se encontra muito disseminada, os níveis de educação são baixos e as infra-estruturas de saúde são fracas. Globalmente serão mais afectadas as pessoas com menores defesas, nomeadamente crianças e idosos, doentes ou pessoas socialmente isoladas.
  4. Não tem, necessariamente, de ser este o cenário: agir agora pode proteger a Saúde das alterações climáticas. Há inúmeras iniciativas e medidas que todos nós podemos tomar hoje para proteger a nossa saúde, a saúde da nossa família e a de grupos mais vulneráveis, dos efeitos causados pelas alterações climáticas. E há muitas acções que todos nós podemos tomar para prevenir futuros desastres de saúde.
  5. A diminuição do aquecimento global, pode, de facto, ser bom para a saúde, para o ambiente e para a economia! Reduzindo as nossas emissões de gases de carbono e outros gases com efeitos de estufa (que estão a causar o aquecimento global) através do melhor uso dos transportes, alimentação e energia, são opções que podem resultar em na prática de mais exercício físico, menos obesidade, menos acidentes rodoviários, ar mais puro, menos problemas relacionados com a asma e outros doenças respiratórias, melhores dietas, menos diabéticos e menos doentes cardíacos ou com cancro. Para além disso, o dinheiro wque se poupa pelo facto de não se ter de suportar os tratamentos das doenças relacionadas com as alterações climáticas (por exemplo, dificuldades respiratórias causadas pela poluição atmosférica) muitas vezes, iguala ou ultrapassa os custos associados a redução das emissões gasosas.

Que podemos nós fazer para ajudar?

  1. Aprender, partilhar e agir. Aprenda mais sobre os efeitos na saúde das alterações climáticas e sobre formas práticas da protecção da saúde agora e no futuro. Partilhe essas informações com a sua família, amigos e colegas. Tome iniciativas, não só para se adaptar aos problemas de saúde já existentes, mas também, para prevenir futuras alterações.
  2. Proteja-se e proteja a sua família. As acções realizadas devem ser direccionadas para problemas de saúde actuais, provocados pelas alterações climáticas sentidas no local onde vive. Estas acções serão diferentes conforme os locais onde vive. Em áreas onde a malária se poderá tornar num grande risco, pode, por exemplo, aprender a reconhecer os sinais e os sintomas da doença, formar comunidades de estudo de mosquitos na sua rua, pesquisar sobre novas terapêuticas que poderá precisar, e ensinar as suas crianças a tomar precauções, como aplicar repelente para insectos. Em locais sujeitos a ondas de calor e outras condições climatéricas extremas, pode tomar medidas no sentido de assegurar que as casas possuem adequadas condições de ventilação e que medidas para hidratação e arrefecimento estão disponíveis, especialmente para pessoas mais vulneráveis.
  3. Trabalhe para um "sistema de alerta" eficaz. Todas as instituições, municípios e países podem contribuir para proteger a saúde, colocando a saúde no centro das suas políticas, planificações e acções de combate às alterações climáticas. Por exemplo, em locais ameaçados por ondas de calor, autoridades locais e nacionais podem desenvolver sistemas de alerta preventivos. Em áreas ameaçadas com malária, os sistemas de saúde deve assegurar que os profissionais de saúde estão alertados para esse problema e têm os conhecimentos suficientes sobre essa potencial ameaça, que a vigilância e as estruturas de resposta a desastres estão ajustadas e bem equipadas e que os equipamentos necessários (como repelentes para insectos) são obtidos com facilidade e existe armazenamento suficiente.
  4. Faça uma "auditoria" pessoal sobre o carbono por si produzido. Pode ajudar a prevenir futuros danos, reduzindo a quantidade de dióxido de carbono (CO2, um dos mais importantes gases com efeito de estufa) que produz através das suas opções para transporte, aquecimento, arrefecimento, iluminação, entre outras. Pode utilizar "calculadoras de carbono produzido" para determinar a quantidade de carbono que produz actualmente, a sua chamada pegada carbónica. Pegadas carbónicas grandes são prejudiciais para a saúde e para o ambiente.
  5. Reduza a sua pegada carbónica. Logo que tenha determinado a sua pegada, desenvolva um plano de acções para a diminuir. Se é um grande emissor de carbono, pode identificar maneiras para reduzir o uso de energia (e melhorar a sua saúde!), andando mais de bicicleta, andando a pé, utilizando os transportes públicos, melhorando a sua gestão dos resíduos produzidos e escolhendo produtos com menor produção de carbono. Se for um baixo produtor de carbono, pode aprender a desenvolver estratégias que ainda lhe permitem reduzir mais as suas emissões de carbono.
  6. Junte-se a um grupo de protecção do planeta contra as alterações climáticas. Ligue-se a outras instituições ou grupos que trabalhem na protecção da saúde. Tome medidas – escreva ao deputado da Assembleia da República do seu Distrito, organize uma peça de teatro sobre o tema na sua escola ou realize uma acção de sensibilização no seu local de trabalho. De a entender aos os nossos governantes, instituições e indústrias o que espera delas. Realize campanhas para a redução das pegadas carbónicas na sua escola, no seu local de trabalho, na sua comunidade, cidade ou país.

Fonte: Organização Mundial da Saúde (www.who.int/world-health-day), com tradução livre por Paulo Martins.

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